Você sofre diante das perdas?
Apego, desapego e perdas
A palavra apego se traduz por um sentimento de afeição ou estima por alguém ou alguma coisa, mas também pode ser entendida como dedicação constante e excessiva a algo 1. Esta dedicação pode se transformar em dependência e gerar sofrimento em momentos de ruptura ou separação.
Os mecanismos de dramatização, vitimização e monoideísmo podem dificultar o aprendizado do desapego sadio e o aproveitamento das inter-relações e vivências como oportunidades interassistenciais.
No processo evolutivo, a rigor, ninguém perde ninguém. As consciências evoluem em grupo, atraídas entre si pelos pensamentos, sentimentos e energias. Os caminhos do grupocarma se entrecruzam e oportunizam reconciliações e reparações necessárias, portanto é inteligente entendermos e perdoamos a todos o quanto antes 2.
A manutenção de mágoas, ressentimentos e cobranças reforça o acumpliciamento e a condição da interprisão grupocármica, até que a consciência, por escolha íntima e pessoal, opte pelo perdão, recomposição e consequente libertação.
Quais as manifestações negativas do apego patológico?
O apego pode manifestar-se entre conscins, conscins e consciexes e também em relação a comportamentos, posturas, ideias, objetos, e gerar angústia quando há a necessidade do desapego saudável, demonstrando dificuldade da consciência em lidar com as inevitáveis perdas inerentes ao processo evolutivo.
Segundo a Perdologia, especialidade da Conscienciologia que estuda as perdas, vários são os tipos, naturezas ou especificidades das perdas, por exemplo: acidentes, dessoma / morte, doenças, envelhecimento, ilusões, mudanças, projetos, relacionamentos, separações, sonhos.
Algumas emoções e sentimentos são mais frequentes nestas situações, tais como: agitação, ansiedade, culpa, depressão, indiferença, dor, estresse, frustração, isolamento, mágoa, medo, raiva, ressentimento e tristeza.
O conhecimento e vivência da continuidade existencial, da interdependência entre as consciências e a compreensão de ser a interassistência o principal catalisador da evolução, elimina, gradativamente, emoções egoicas e antievolutivas.
Como a Consciencioterapia pode auxiliar na superação do apego patológico?
Uma das propostas da Consciencioterapia é a aplicação do ciclo autoconsciencioterápico, modo pelo qual a consciência promove a autoinvestigação, nomeia autodiagnósticos, aplica ações e técnicas de autoenfrentamento e supera comportamentos e mecanismos inseguros e imaturos quanto aos apegos e perdas. Este movimento tende a ampliar a compreensão da dinâmica evolutiva e a favorecer a transformação das vivências em técnicas interassistenciais.
A consciência, ao assumir responsabilidade por suas escolhas e respeitar o direito do outro, opta por administrar as perdas de modo cosmoético e libertador, não pedindo mais para si. Promove, assim, o enfrentamento dos traços egocêntricos ao utilizar, disponibilizar e doar o melhor de si em prol de todos.
Eis abaixo, algumas posturas auxiliares no autoenfrentamento dos apegos:
1. Aceitação realista. Compreender as separações ou afastamentos como condições naturais da dinâmica multiexistencial, respeitando o processo evolutivo de cada consciência. Desdramatização da falta.
2. Valorização dos aprendizados. Reconhecer os ensinamentos hauridos nos vínculos interconscienciais, pautados na gratidão pelas oportunidades vivenciadas. Otimização interassistencial.
3. Neofilia. Manter abertismo para adaptar-se às realidades vindouras, construir neoconcepções, estabelecer novos vínculos e ajustar a bússola proexológica. Foco evolutivo.
“Quem é dono de si mesmo não perde nada, porém concede e ganha com a interassistencialidade” 3.
Autora: Regina Estermann, consciencioterapeuta e voluntária da Organização Internacional de Consciencioterapia (OIC).
Saiba mais sobre o assunto:
Tertúlia Conscienciológica:
Superação da Tanatofobia
Referências Bibliográficas:
1 Houaiss, Antonio; & Villar, Mauro de Salles; Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa; LXXXIV+ 2.922 p.; 1.384 abrevs.; 1 foto; 6 ilus.; 1 microbiografia; 19 tabs.; glos. 228.500 termos; 1.582 refs. (datações etimológicas); 804 refs.; 31 x 22 x 7,5 cm; enc.; Objetiva; Rio de Janeiro, RJ; 2001.
2 Idem; 200 Teáticas da Conscienciologia; 260 p.; 200 caps.; 13 refs.; alf.; 21 x 14 cm; br.; 1ª edição; Rio de Janeiro, RJ; Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia; 1997; página 133.
3 Vieira, Waldo; Léxico de Ortopensatas; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 2 Vols.; 1.800 p.; Vols. 1 e 2; 1 blog; 652 conceitos analógicos; 22 E-mails; 19 enus.; 1 esquema da evolução consciencial; 17 fotos; glos. 6.476 termos; 1.811 megapensenes trivocabulares; 1 microbiografia; 20.800 ortopensatas; 2 tabs.; 120 técnicas lexicográficas; 19 websites; 28,5 x 22 x 10 cm; enc.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2014; página 1.282.